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  • Foto do escritorTamira Teles

MEU BEBÊ PRECISA DE VITAMINAS?

Atualizado: 8 de nov. de 2022

Uma pergunta frequente em atendimento de rotina dos lactentes é: Se o leite materno é um alimento completo, ou se a fórmula que dou a meu filho comporta todas as recomendações, porque o pediatra está indicando uso de vitaminas para o meu bebê?






Para o bebê nascido saudável e no tempo certo, as recomendações atuais baseiam-se nas informações que acumulamos com relação aos micronutrientes de vulnerabilidade, cuja falta reflete no crescimento e no desenvolvimento.

Os bebês representam um grupo vulnerável em consequência do rápido crescimento e desenvolvimento, principalmente nos primeiros 1000 dias, que correspondem ao período de maior crescimento cerebral, e de processos chaves do desenvolvimento: A mielinização e sinaptogênese.

Durante esse período, é de suma importância a oferta de nutrientes específicos, cuja deficiência pode afetar a habilidade cognitiva e impactar na ocorrência de doenças crônicas e degenerativas em longo prazo. É o que nomeamos hoje 'Programação Metabólica' .

Por isso atualmente recomenda-se atendimento pediátrico já no 3º trimestre de gestação com o 'pré-natal pediátrico'.

Existem situações específicas nas quais a necessidade de suplementação ou reposição é mais fácil de se compreender, quando no caso de prematuridade, desnutrição, ou doenças crônicas. No entanto baseado em dados populacionais temos algumas recomendações específicas também para população saudável.


Os principais micronutrientes são: Ferro, Iodo, Zinco, Vitamina A, Vitamina D e mais recentemente o DHA (Ácido Docosahexanóico). A aquisição desses nutrientes é fundamental nos primeiros 1000 dias, e ocorre através na nutrição materna durante a gestação, aleitamento materno, alimentação, e fórmula infantil nos bebês não amamentados.

No entanto mesmo em condições ideais de nutrição materna, alguns elementos podem ser insuficientes, e é nessa informação que se baseiam as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria.


- Vitamina D


A vitamina D tem um papel crucial na saúde óssea, além de participar direta ou indiretamente da regulação dos sistemas imunológico, cardiovascular, musculoesquelético e endócrino. 90% da produção é proveniente síntese cutânea através da exposição ao sol, com os raios UVB.

A recomendação geral para suplementação não só pela SBP, como também pela Academia Americana de Pediatria baseia-se na prevalência da deficiência de vitamina D, associada aos riscos relacionados a esta falta, bem como a exposição irregular e insuficiente a luz solar que depende do tempo, quantidade de pele exposta, tempo de exposição e ausência de fotoproteção aos raios UVB; com consequente aumento do risco de câncer de pele pela exposição solar cumulativa.

Por isso a recomendação é suplementação desde o nascimento, até os 2 anos de idade, com individualização após


- Vitamina A


Atualmente está recomendada apenas em regiões de comprovada deficiência. A quantidade presente na fórmula infantil ou no leite materno da mãe bem nutrida é suficiente.


- DHA ( acido docosahexanecoido)


Omega 3 é um tipo de gordura poli-insaturada, que tem como ácidos graxos de importância o DHA, EPA e ALA, cuja relevância sido esclarecida em estudos nos últimos anos.


Particularmente o DHA têm um importante papel desde o pré-natal no desenvolvimento do sistema nervoso, da visão, no peso de nascimento e na prevenção do nascimento prematuro.


Pós nascimento o sistema nervoso central e a visão, continuam a desenvolver, e como DHA é um ácido, graxo essencial (o corpo não produz), é necessário seu consumo na alimentação.


Devido baixa média de consumo de fontes naturais de DHA a ABRAN recomenda suplementação para gestante e lactantes, e após os 6 meses incentivo ao consumo de fontes diretas e indiretas de DHA com fortificação dos alimentos quando necessário.


- Ferro


Anemia por deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum, com risco maior para lactentes de 6 meses a 24 meses. A nova recomendação da SBP é a suplementação a partir do 3º mês de vida até 2 anos, mesmo nos alimentados com fórmula devido a menor absorção do ferro presente na mesma.


- Zinco


A indicação para suplementar o zinco para bebês nascidos a termo, é guiada pela clinica, como prova terapêutica quando déficit no crescimento ou no desenvolvimento cognitivo.

Recomenda-se também no tratamento da diarreia aguda.


Resumidamente todo bebê nascido a termo (que não é prematuro), possui segundo recomendações atuais da SBP, suplementação de DHA através da mãe na gestação e amamentação, vitamina D desde o nascimento, ferro preventivo desde os 3 a 6 meses, com demais a necessidades a serem avaliadas individualmente.



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